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Andropausa

Andropausa: Mitos e Verdades

Há muito já se conhece que alterações hormonais ocorrem com o avançar da idade. Na mulher essas alterações são bem marcadas, generalizadas e previsíveis levando à menopausa, onde ocorre a parada de produção dos estrogênios por falência ovariana. Já no homem, entretanto, as mudanças no eixo hipotálamo-hipófise-testicular não ocorrem em todas as pessoas, apresentando uma grande variabilidade interindividual, podendo suas manifestações clínicas serem em muitos casos apenas sutis ou mesmo imperceptíveis. Essas alterações no homem são comumente denominadas andropausa ou climatério masculino, sendo que esses termos – apesar de geralmente aceitos pelos profissionais de saúde e pelo público em geral - não são apropriados do ponto de vista biológico, já que no homem não há uma parada na produção dos androgênios e sim uma provável diminuição com o avançar da idade. Estima-se uma diminuição de 10% da testosterona a cada década de vida à partir dos 40 anos de idade e de 14% de queda do hormônio do crescimento.

O quadro clínico das alterações hormonais no homem pode ser apenas sutil ou mesmo imperceptível. Os sintomas a seguir variam de intensidade e podem nunca se tornar aparentes:


- Diminuição da Líbido
- Disfunção Erétil
- Diminuição da massa muscular e resistência física
- sensação de cansaço e inapetência
- irritabilidade
- diminuição da memória
- osteoporose
- alteração na distribuição da gordura (aumento no abdome)
- calor no rosto

Quando a testosterona estiver baixa devemos avaliar o LH e FSH, pensando num possível hipogonadismo secundário. A prolactina deve ser solicitada quando há diminuição de libido. É bem estabelecida hoje a indicação de reposição hormonal nos homens com manifestações clínicas e dosagem de testosterona livre calculada baixo do normal. Pode ser realizada por:

- via oral
- via injetável (2 ampolas a cada 2 ou 3 semanas)
- adesivos que podem ser colocados na pele
- gel cutâneo (tem a vantagem de poder ser utilizado quantas vezes necessárias
- Bastões subcutâneos do hormônio com dilatadores para a ereção com efeito por período de 5 a 6 meses ao dia, em áreas do corpo com pouco pelo).

A reposição hormonal em homens idosos deve ser realizada com bom senso e controle rigoroso. Cabe a nós urologistas suspeitar, identificar e diagnosticar o homem idoso com baixo hormônio. Se esse homem será tratado ou não depende de uma série de variáveis mas, certamente, somos nós os mais qualificados para identificar, tratar e monitorar este tratamento.